A abrangência e o impacto da Atenção Primária na saúde dos brasileiros

Um médico ouve o coração de um menino que está sentado no colo da mãe. Todos estão sorrindo

Há 33 anos, a população brasileira passava a ter acesso a saúde pública universal e igualitária, por meio do Sistema Único de Saúde, o SUS. Entre as atribuições do órgão, estão a vacinação, o controle e a prevenção de doenças.   

Os princípios e as diretrizes do SUS foram desenhados para padronizar suas ações em todo o Brasil – inclusive no setor privado. São eles:

  • Universalização – Garante que a saúde é um direito de todas as pessoas inseridas no território brasileiro, independentemente de nacionalidade, cor, etnia, religião, classe social, sexo, etc.
  • Equidade – Determina a necessidade de levar em conta as desigualdades, ainda que todos possuam os mesmos direitos. Ou seja: onde a carência é maior, é preciso que haja mais investimento. 
  • Integralidade – Estabelece o atendimento integral, capaz de abranger a saúde desde a prevenção até o tratamento de doenças graves e produzir impacto na qualidade de vida da população.
  • Unidade Básica de Saúde (UBS) 
  • Equipe de Saúde da Família (ESF)
  • Equipes Multiprofissionais (eMulti)
  • Agentes comunitários de saúde
Duas imagens gráficas do Brasil, que retratam a cobertura da Atenção Básica e da Saúde da Família no Brasil

Atenção primária lado a lado da população

Como o nome sugere, a APS é a primeira linha de defesa contra doenças, por meio da promoção de hábitos saudáveis, do acompanhamento de condições crônicas, entre outras atribuições. Mais que o tratamento de uma enfermidade específica, o objetivo é cuidar das pessoas e estabelecer uma relação contínua e confiável entre os profissionais da saúde e a comunidade. 

Além de porta de entrada, atua também como articuladora dos atendimentos no SUS ou na rede privada. Ou seja, é um filtro para organizar a necessidade de serviços mais complexos, que contribui para a sustentabilidade e a eficiência do sistema de saúde como um todo.

As faixas de população mais impactadas estão nos dois extremos da pirâmide etária, segundo a mesma fonte. Bem à frente estão os idosos acima de 65 anos, que representaram 37,59% do total de internações relacionadas à APS. Em seguida, vêm as faixas etárias de 55 a 64 anos (14,20%) e zero a 4 anos (12,91%).

Gráfico do Observatório da APS que mostra o número de internações de condições sensíveis, por faixa etária

Ranking: internações por condições sensíveis à APS nas UFs

PosiçãoUFTaxa a cada 100 mil hab.
Roraima2.574,00
Maranhão2.531,80
Paraná2.422,50
Rio Grande do Sul2.404,30
Minas Gerais2.300,30
Piauí2.291,20
Mato Grosso do Sul2.258,20
Santa Catarina2.201,10
Rondônia2.154,60
10ºCeará1.977,20
11ºPernambuco1.947,50
12ºEspírito Santo1.931,50
13ºDistrito Federal1.910,60
14ºPará1.849,70
15ºBahia1.795,50
16ºSão Paulo1.602,70
17ºAmazonas1.558,20
18ºParaíba1.554,60
19ºGoiás1.500,00
20ºRio de Janeiro1.473,90
21ºMato Grosso1.445,70
22ºTocantins1.430,10
23ºSergipe1.255,40
24ºAcre1.184,10
25ºRio Grande do Norte1.132,50
26ºAmapá1.015,90
27ºAlagoas932,30

Valorização de usuários, profissionais e gestores

O trabalho de saúde, especialmente na APS, requer uma proximidade muito grande entre servidores e usuários do SUS, já que os profissionais são a personificação do acesso à saúde para muitos brasileiros

Em 2003, nasceu a Política Nacional de Humanização, ou HumanizaSUS, para colocar em prática os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. 

Com a iniciativa, as pessoas que fazem parte de todo o processo do acesso à saúde são mais valorizadas, ao compartilhar a responsabilidade da criação de planos de ação para promover e disseminar inovações na área.

Gestores, trabalhadores e usuários trocam entre si para pensar nas possibilidades para a saúde, com rodas de conversa, incentivo à participação de movimentos sociais e resolução de conflitos. 

Alguns pontos dessa política evidenciam seu vínculo com os princípios do SUS, como universalização, equidade, integralidade, descentralização e participação popular:

  • Incentivo à autonomia desses sujeitos e dos coletivos;
  • Foco em um trabalho que resulte em um SUS mais acolhedor, ágil e resolutivo;
  • Qualificação do ambiente, com melhoria nas condições de trabalho e de atendimento;
  • Tornar o SUS mais humano, em uma construção com participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um.